"Existem certas pessoas para as quais
você fica apenas voltando
Ela está na sua frente
Você começa a se perguntar
você poderia encontrar uma melhor
Comparada a ela"
- The Fray
Assim que chegamos ao bar colocamos nossos uniformes e fomos trabalhar. Não estava muito movimentado como o de costume, apesar de ser um local pouco afastado do centro de Londres, Holloway era uma cidade calma durante o dia e tinha suas agitações durante a noite e grande parte da madrugada. Mas é um lugar bom de se morar e trabalhar. O tempo foi passando rápido e o bar estava começando a ficar mais cheio, fazendo com que eu esquecesse o stress da Universidade e a má situação que eu me encontrava com o Liam, ou outros problemas. Estamos a quase 3 meses sem nos falar. Mesmo assim tenho boas lembranças que passamos juntos pelo breve período que fui pra LA. Não importava o quão distante estivéssemos, ele está presente na minha memória. Na memória de outras pessoas ao lembrarem que somos amigos, e o mais importante, ele está no meu coração.
Joe tem sido um bom amigo desde que nos conhecemos. Tem sido paciente, companheiro e confiável. Sempre contava piadinhas pra me ver sorrir, mesmo sabendo que eu estava lutando contra mim mesma. Lutando pra vencer o orgulho e falar com o Liam ou tentar esquece-lo e seguir em frente.
Um rock dos anos 80 ecoava pelo bar me fazendo ficar mais animada, e trabalhar com mais entusiasmo. Eu conhecia muito bem a música que estava tocando, o som do baixo pesado na introdução da música seguida da bateria e a guitarra me fizeram dançar. Bon Jovi. Livin’ On a Prayer. Sabia a música do começo ao fim. Fechei os olhos e comecei a dançar e cantar pelo bar, sendo o centro das atenções fazendo as pessoas pararem de trabalhar e se juntarem a mim nesse maravilhoso som. Peguei uma vassoura fingindo ser uma guitarra ou o pedestal do microfone. Nada importava pra mim naquele momento. Ouvi o som aumentar. Isso. Aumente o som. Eu estava a sós com a música. Estava a sós com Bon Jovi e sua extraordinária banda. Quando chegou o solo da guitarra fingi que eu era a estrela do rock que estava tocando aquela magnitude. “We've got to hold on, ready or not, you live for the fight when that's all that you've got... Oh, oh livin’ on a prayer...”. Agradeci aos céus mentalmente por Bon Jovi existir e por ter pego os Cd’s da minha mãe escondido e ter encontrado esta música que até meus filhos iriam escutar. “Oh, oh, living on a prayer... Take my hand, we'll make it, I swear... Oh, oh, living on a prayer”. Eu adoro e amo os clássicos. São formidáveis. Assim que a música acabou as pessoas se levantaram e bateram palmas pra mim, até Jack – dono do bar – estava entre eles. Fiz uma breve reverência e voltei a trabalhar. Agora tocou uma suave música Country e alguém abaixou o volume, fazendo o ambiente ficar mais calmo e agradável.
– Ei. O que foi aquilo? – Joe perguntou sorrindo se referindo ao “show” que eu fiz.
– Ah... Eu adoro aquela música! – sorri.
– É. Eu percebi... Você fingindo ser um astro do Rock por uns 4 minutos. – ele gesticulou com os braços fingindo que estava tocando uma guitarra.
– Na verdade 4 minutos e 11 segundos.
– Nossa, agora eu sei o que te deixa animada! – ele riu – Aliás, bela performance.
– Obrigada. Vou deixar o número pra contato depois. – brinquei.
– Você não cobra muito caro não né? Porque você desafinou um pouco... – ele zombou de mim.
– Cala a boca seu idiota. – batei nele com uma flanela que tinha em mãos e dei uma risada.
– Tudo bem, tudo bem... – ele levantou as mãos em forma de redenção e foi embora de volta ao trabalho.
Comecei a rir sozinha ao lembrar da encenação que fiz por aqui. Seria bom que a vida fosse assim, sem termos com o que nos preocupar, sem termos essa correria do dia a dia.
Há pessoas que preferem a escuridão. Outras, preferem a luz. Eu, sinto que posso ser eu mesma na escuridão. Sem ter que fingir nada. Mas uma hora outra é necessário mostrar sua face para a luz. E era nesse momento em que eu estava, na luz. Ansiando pela escuridão para poder ser eu mesma.
– Joe! - chamei-o enquanto ele estava organizando algumas mesas, já era madrugada e o bar estava ficando vazio.
– Algum problema? – ele veio ao meu encontro rapidamente.
– Pode olhar o balcão por um tempo? Vou arrumar as prateleiras lá trás. - menti.
– Tudo bem, pode ir! - sorriu pra mim gentilmente.
– Obrigada – beijei sua bochecha e fui em direção à cozinha.
"Cheque sua caixa de mensagem eletrônica", era o que ecoava em minha mente.
"Foque em seu trabalho", dizia a parte racional de mim. Dane-se, eu vou olhar as mensagens de voz. “Você tem 25 novas mensagens” eu não conseguia ouvir direito a voz da secretária eletrônica por causa do barulho que os pratos faziam ao se chocarem um nos outros prestes a serem lavados. Tinha uma porta da cozinha que dava saída a um beco, onde colocávamos o lixo. Era mais calmo, só dava para ouvir o som dos carros passando de um lado para o outro no final do beco. “Para ouvir as mensagens aperte 1, para excluí-las digite 2.” Afastei o telefone do ouvido e encarei o visor, indecisa se apertava 1 ou 2. Apertei 1.
“ por favor me ligue assim que receber essa mensagem”, era a voz do Liam. Deus, como era bom ouvir a voz dele... Eu comecei a chorar.
“Minha deusa egípcia – reconheci a voz do Louis, o que me fez sorrir, ele sempre arrumava novos apelidos pra mim – eu estou com saudades, todos nós estamos. Sei que você precisa de um tempo, e está sendo forte o máximo que pode e respeito você. Mas nos dê notícias. Te amo, gata”.
– Eu também te amo Boo – eu disse mesmo sabendo que ele não podia me ouvir, mas ele sabia disso.
“Hm, aqui é o Zayn. Eu e os meninos estamos preocupados com o Liam... Ele está... diferente. Me ligue assim que puder.”
“Olá , aqui é o Harry. Espero que você esteja bem, mas acho que isso é difícil... Mas sei que está tentando. – sorri com sua formalidade – Ele - Liam - ainda não se acostumou com a sua ida... e acho que nunca vai se acostumar. – Liam sempre ficava inseguro e com medo só de pensar em me perder e veja só, aconteceu. – Nós sentimos sua falta. Beijos. Amamos você. Sempre. – chorei mais ainda.
“HELLO POTATO. – Niall disse animado, era simplesmente adorável quando ele me chamava assim. Eu sentia uma vontade de colocá-lo no colo e cuidar dele. – Bom, tenho certeza de que todos nós deixamos uma mensagem na sua secretária eletrônica, e é fato que estamos com saudades de você... Sinto saudade do seu brigadeiro, às vezes o Harry tenta fazer mas fica uma papa – eu sorri – e ele quase nos obriga a comer aquilo. Se Liam tem estado distante da gente quando estava namorando – estava? Como assim? –, agora com a sua partida ele se afastou mais ainda... – sua voz soou triste – Ele ficava olhando para as fãs na esperança que te encontrasse no meio delas, afinal foi assim que vocês se conheceram – Deus, por que está sendo tão difícil? – quando ele não olha para os fãs ele olha as estrelas e a Lua. Ele disse que você tem o costume de fazer isso. – isso é verdade – Se você receber telefonemas em número restrito, não estranhe, é ele querendo só ouvir sua voz. – Joe esteve certo esse tempo todo. – Está cada dia mais difícil sem você, nós sentimos sua falta... – ouvi algumas vozes no outro lado – O que?... ... Tudo bem, Paul está com saudades. Temos show a fazer agora, beijos. Amo você.”
“... – Liam sussurrou – Por favor, atende. Eu... preciso de você – ele disse meio às lágrimas – Por favor... atende. Acabei o namoro com a Sophia, me desculpe por ter acreditado mais nela do que em você! Sinto sua falta. Te amo, pequena.” – eu poderia ter evitado isso tudo, eu deveria ter deixado de ser orgulhosa e ter enfrentado meus problemas.
Ele sente a minha falta isso é fato. Todos estão sentindo.
“Minha mãe tem perguntado por você, e eu desabo em lágrimas ao lembrar que você foi embora... Os programas que nós costumávamos assistir nos domingos perderam a graça, já que você não está aqui para ver comigo. Tudo o que resta são só lembranças. Eu sempre ouço aquela playlist que você fez no meu celular com as suas músicas favoritas, e sinto como se você estivesse de volta na minha vida. Sinto você mais próxima a mim.” – eu sinto tanto, Liam. Será que você iria me perdoar?
“Eu devo estar lotando a sua secretária, não é? – eu pude ouvir o som da sua risada – Eu geralmente tenho estado sozinho. Os meninos também sentem a sua falta, mas não tanto quanto eu sinto, já que somos... – ele parou e suspirou – Éramos próximos – essa doeu – Acho que só o tempo irá dizer... Tenho que desligar, eu... te amo.” – soou diferente de todos os outros “eu te amo” que ele dizia.
– Eu também te amo, Liam – ele já sabia disso, não importando o que acontecesse.
“É tão estranho continuar ligando pra você mesmo sabendo que só vou ouvir a secretária eletrônica... – era ele, e pela voz tinha chorado e ouvi a sua respiração ficar pesada, assim como a minha – Eu ainda não acredito que você foi embora sem se despedir de mim, peço desculpas por ligar em número restrito, mas é a única maneira de ouvir a sua voz. – eu encostei na parede, sentei-me encostando a cabeça em meu joelhos, e chorava mais ainda por ter feito o Liam sofrer tanto – Eu não tenho sido o mesmo que você costuma saber, estou me aborrecendo com coisas simples não estou sendo tão honroso com meus compromissos, sempre que estou prestes a entrar no palco vendo as fãs gritarem me lembro de você, e pergunto-me se você ainda sente orgulho de mim... E eu algum lugar dentro de mim diz que sim. – sim Liam, eu sempre vou me orgulhar de você – Eu só espero que esse tempo passe rápido, para que eu possa ter você em meus braços novamente. Eu... – eu passava a mão entre os fios do meu cabelo desesperada, e me levantei bruscamente – Eu sinto... a sua falta. – ele chorava, chutei a lata de lixo com raiva e escutei alguns cachorros latirem – Lembra quando eu disse que eu não seria nada sem você? Absolutamente nada? É o que eu sou agora, nada.” – joguei o celular na parede com raiva, derrubei a lata de lixo e soquei a parede o máximo que eu pude, afim de esvaziar-me daquela maldita raiva que eu sentia.
Não sentia dor, não me importava com os cortes que o concreto do muro estava fazendo em minhas mãos. Tudo o que eu sentia era dor.
– Idiota – cuspi essa palavra com mais raiva ainda, enquanto golpeava a muralha que estava a minha frente – Mil vezes i-di-o-ta. – chutei a lata de lixo, já fora de controle – SUA. IDIOTA. Imbecíl... – essa era nova. Minha visão estava embaçada por causa das lágrimas – Você só pensa em você mesmo, não se importa com os outros. – chutei a parede.
– ? – Joe me abraçou tentando me conter.
– ME LARGA. – eu batia em seu peito – ME LARGA. – ele por fim me soltou, cerrei os punhos com força e voltei a dar socos na parede já sentindo uma ardência.
– , PARA COM ISSO! – ele tentava puxar meu braço.
– NÃO! ME DEIXE EM PAZ, ME DEIXE SOZINHA! – peguei um ferro que estava no chão e bati na lixeira.
– NÃO! – ele puxou o ferro das minhas mãos e eu caí no chão permitindo-me chorar – O que aconteceu meu amor? – ele correu até mim e me abraçou. Eu estava tão cansada.
– Eu deixei ele entrar, Joe. – eu chorava descontroladamente.
– Shhh... – ele alisava meus cabelos e me balançava em seu colo, como se estivesse colocando um bebê para dormir – Vai ficar tudo bem. Shhh... – ele falava baixinho.
– Eu deixei ele entrar na minha vida. – falei agarrando a camisa branca dele manchando-a do sangue que escorria pelas minhas mãos – Eu deixei ele entrar no meu coração... Eu fui fraca – eu tremia –. Eu deixei ele destruir o muro que eu construí... E agora ela - Sophia - o tirou de mim. Ela... o tirou de mim, Joe. – ele sabia que eu estava me referindo a Liam – Eu não aguento mais isso...
– As costas das suas mãos estão sangrando, nós temos que ir até o hospital – ele estava prestes a me pegar no colo.
– Não! – puxei sua camisa mais uma vez.
– Por Deus, ... Por que você tem que ser tão teimosa? Vamos pelo menos lavar e enfaixar, tudo bem? – ele me pegou no colo e me levou para a cozinha que já estava vazia, e colocou-me sentada numa cadeira – Fique aqui eu já volto. – acenei com a cabeça, minutos depois ele voltou com uma tigela com água e um pano – Lave. – ele disse sério e eu o encarei – Não me faça pedir de novo, ! – ele estava com raiva. Lavei minha mãos mas ainda continuaram sangrando mesmo depois de ter enxugado, pelo visto alguns vasos sanguíneos romperam. Joe pegou a faixa e enrolou passou em volta das minhas mãos calmamente, mas pude observar seu maxilar travado. – Pode mexer os dedos? – ele perguntou assim que terminou de enfaixa-los.
– Um pouco – falei com a voz trêmula e mexi os dedos com dificuldade. – Obrigada – olhei-o triste, e fui em direção ao bar fazer a contagem do dinheiro... de volta ao trabalho. Meus dedos doíam e minutos depois surgiram algumas manchas de sangue sob a faixa, mas depois parou. Joe sentou próximo a mim e ficou me observando. O pequeno sino ecoou pelo bar indicando que alguém tinha adentrado no local, e ele se pôs de pé.
– Desculpe, mas já estamos fechados. – não olhei quem era. Já eram 02:50 da madrugada e Joe foi até a mesa onde a pessoa estava sentada e pegou o bloco de anotações, mas logo voltou. – Ele quer que você atenda ele...
– O que? Mas já estamos fechados. – ele estendeu o bloco e a caneta em minha direção, peguei com as mãos trêmulas, e sai bufando com raiva.
– Boa noite. – ele olhava o cardápio enquanto eu procurava uma folha limpa – Já sabe o que vai pedir? – eu olhei para ele, sem acreditar no que estava vendo... Olhei para Joe, brevemente e ele mexeu os lábios “Sim”, foi o que eu consegui entender. E engoli seco, voltei minha atenção para ele.
– Um café, e uma conversa talvez... – ele disse calmo.
Três meses sem vê-lo, sem falar com ele. E ele estava ali na minha frente, pronto para por um fim no que estava acontecendo entre nós. Pronto para um recomeço, talvez. Mas será que eu queria isso?
E lá estava os belos olhos castanhos de Liam, esperançosos esperando uma resposta.
Nota da autora: Hello Hello, gente linda. Estou aqui de frente pro meu lindo e maravilhoso computador cujo está funcionando. Vocês são muito rápidas hein, postei ontem e já tinha quase 40 visualizações e 8 comentários. Eu não postei mais cedo por causa da internet, mas aqui está este tão esperado capítulo. E os agradecimentos da noite vão para...
- Andreza, muito obrigada pelo comentário. Tento ao máximo melhorar a cada capítulo. Espero que tenha gostado.
- Gabi, obrigada mesmo gata... De coração. Eu adoro a parte dos flashbacks ♥
- Mari, gringa linda aqui está... Horas depois a internet resolveu colaborar.
- Isadora, acho que esse foi o comentário mais longo que você postou ao decorrer da estória. Eu amo I Don't Trust Myself do John Mayer, é uma das minhas músicas favoritas dele. Também preciso de amigos como o Liam e o Joe. Se bem que o Joseph é meu amigo imaginário.
- Lah, ainda está viva depois desse capítulo o próximo vai ter muita emoção.... Muahahaha
- Jordana Malik, muito gentil você. Fico feliz que tenha gostado mas não se preocupe o computador voltou õ/
- Clarissa, obrigada milha linda. Espero que tenha gostado desse cap.
- Karoline, eu só digo uma coisa gata... O bom filho a casa torna! Fico feliz que ainda esteja acompanhando a fanfic.
Minha filha , comassim você para ai? Quer matar a pessoa? E claro que meu comment tinha que ser longo o último capítulo e esse também que tá amazing . Liam plmdss lasca um beijo eu vou super entender .😂😂
ResponderExcluirÉ impressionante como a cada capítulo você se supera. E é claro você tinha que parar na melhor parte para me matar de curiosidade kk.
ResponderExcluirLine mona eu estou sem whatsapp! Esse cap. Ta massa eu ameiii. By: Anny
ResponderExcluirOoi,amei o cap,linda n demora p o outro,line eu sei qnd a internet fica lenta da uma raiva dpis passa,
ResponderExcluirbjss e abraços
Porque parou na melhor parte, menina?? Agora vou ficar anciosa !
ResponderExcluirEsse capitulo me deixou no chão, sinceramente, eu amei.
E nao demora, viu? :) bjs.
xxKaroline
Só vou dizer uma coisa: chorei igual um bebê no ônibus �� Posta logo o próximo pelo amor de Deus!
ResponderExcluirGabii
Ansiosaaa hahaha amr ta mto perfeito de dvd bjoo
ResponderExcluirAnsiosaaa hahaha amr ta mto perfeito de dvd bjoo
ResponderExcluirJá disse que você é lacradora?! MENINA TU MANJA DAS PARADA!!
ResponderExcluirAline quer me matar? Me deixa esperando não, é mais tortura, aluga um mataodr logo minha amiga
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