The Ballerina - capítulo vinte e quatro

Andava em passos largos para sair do colégio, estava com algo em mente e tinha de fazer enquanto estou com coragem. A noite passada foi longo junto as meninas, ouvindo lamentações a todo o momento.

Eleanor e Sophia estavam tão surpresas, hoje mais cedo enquanto víamos para o colégio elas comentariam que nunca imaginaram frágil daquele jeito, entre nós ela sempre se demonstrou ser a mais forte. Ela nem se quer veio ao colégio hoje, e por coincidência, Zayn também não.

Tentei evitar todos agora na saída, não queria que nada me atrapalhasse, estava tão decidida. Passei a maior parte da manhã com Niall hoje, as coisas entre nós estão indo bem, apesar de poucos dias. Mas agora na hora da saída estou agradecendo por não o encontrar.

Aceno para um taxi em um ponto próximo ao colégio, agradeço mentalmente por ele parar e dou o endereço que desejo ir. Encosto minha cabeça no encosto do carro e suspiro sem acreditar que estou fazendo isso. Sei que é o certo a se fazer, só não sei se vai dar certo.

Pego meu celular na mochila constatando a hora, pelo jeito chegaria atrasada no ballet, mas farei o possível para chegar a tempo, não foi à toa que trouce minha roupa da aula, posso passar em algum lugar e comer e lá eu tomo um banho. É desconfortável se banhar lá por ter gente sempre a entrar, e apesar dessas pessoas não poder ver é constrangedor de qualquer forma.

Em pouco tempo chego ao meu destino, agradeço ao taxista e o pago, saindo apreçada do carro. Quando estou em frente a porta branca da casa que me dou conta do que estou fazendo, mas suspiro fundo e toco a campainha. Mordo meus lábios insegura a espera de que alguém abra a porta para mim e quando demora arrisco tocar novamente e no mesmo momento a porta é aberta.

- ? – Zayn está surpreso com minha visita súbita, eu mesmo estou. – Sentiu minha falta na aula? – pergunta enquanto se encosta no batente da porta com os braços cruzados. E eu suspiro o observando, ele está com uma regata branca que estar suja com algumas tintas e que é um pouco transparente mostrando suas tatuagens, está com um jeans surrado claro e com os pés descalço, em seu cabelo está algo que me parece uma tiara, o que é engraçado e adorável, e ao invés de falar sobre minha visita, eu o pergunto sobre isso com um sorriso ridículo no rosto.

- O que é isso?

- No meu cabelo? – confirmo com a cabeça enquanto um sorriso surge em seus lábios. – Meus cabelos estão grande e ficam caindo em meu rosto, coloquei para o impedir disso.

- E porque não corta? – digo apesar de não querer que o faça, o cabelo dele está tão adorável cresceu bastante desde que cheguei aqui e lhe dá uma aparecia mais madura.

- Gosto assim, você não gosta?

- Gosto.

- Venha, entre. – ele dá espaço e eu entro procurando por mais alguém na casa. – Estamos sozinhos. Acompanhe-me.

Eu não digo nada, apenas realmente o acompanho subindo as escadas em paços curtos e lentos e após uma breve caminhada chegamos ao sótão e sou surpreendida ao ver várias pinturas de grafite e desenhos espelhados, latas de grafite espalhado, o chão um pouco sujo das tintas - o que explica sua camisa manchada -, mas mesmo assim o lugar parecia limpo, por incrível que pareça. Além disso há uma pena cama de solteiro bagunçada e muitos álbuns de bandas e livros. De certa forma, eu gostei muito daquele lugar, ele não era tão grande, mas era aconchegante.

- Seu quarto?

- Não, esse é meu lugar favorito da casa, é o meu canto onde fico sozinho sempre. Ninguém entra aqui a não ser eu, por isso a bagunçada. – ele diz sorrindo. – A cama é que as vezes passo tanto tempo distraindo fazendo minhas artes que esqueço do mundo e quando cansaço me bate volto a realidade, apenas me jogo na cama e durmo.

- Não faria mal? Tipo, o cheiro da tinta. – digo ajeita minha mochila no ombro e ele se aproxima pegando a mesma e pondo sobre a cama e pede para que me sente

 - Não, quando a tinta é forte eu saio e durmo em meu quarto, mas a maioria das vezes eu apenas desenho então não tem problema.

- O que fazia antes de chegar?

- Hm... – ele se vira e vai até uns desenhos que estão espalhados pelo chão e pega uns três. – Tinha acabado de terminar esse, e antes dele tinha feito esses outros.

Eu pego os desenhos de suas mãos e observo, estou simplesmente abismada com o que vejo. Olho para Zayn e ele parecia desconfortável enquanto passava uma das mãos na nuca. Ele tem muito talento, mas não consigo entender o motivo dele me desenhar.

- Esse ainda não está finalizado. – ele diz para o que estou observando. Aquele era o meu favorito, tinha muitos detalhes e a forma como ele fez minha boca entreaberta era perfeita, não entendo muito sobre desenhos, mas tinha umas sombras que pareciam que no desenho eu usava gloss labial.

- São perfeitos Zayn... Mas porque eu?

- Porque você não sai da minha mente, fico pensando em seus olhos e seus lábios e começo a desenhar. Isso é torturante e desconfortável, eu não sei o que está acontecendo comigo.

E apesar de ser errado, gostei de saber que não saio de sua mente, por saber que não sou a única a ser torturada com isso com ele em minha mente.

- Isso não é certo.

- Sei que não, mas não consigo me controlar... Mas me diz, porque veio aqui?

- Por ... – digo insegura, já não sei se devia ter vindo aqui, saber disso e ver seus desenhos mexeu comigo. – Ela está sofrendo e vocês deviam voltar.

- Eu não posso, não percebe? – ele diz se aproximando tirando os desenhos de minhas mãos e segurando nas mesma enquanto se senta ao meu lado. – Eu amo , mas eu estou louco por você e não podia continuar com ela pensando em outra. Eu vou falar com ela e me desculpa por ter sido rude e as palavras que lhe disse, foi no momento de raiva e porque eu queria realmente terminar e vi aquilo como uma oportunidade, mas eu acabei sendo um canalha com a única garota que me entende.

- Ela te entende porque vocês são iguais.

- Eu sei... Mas você é diferente e isso que me atrai. – antes que eu diga algo a respeito ele me beija, e seu beijo me deixa fraca ao ponto de não lhe afasta, mas forte ao mesmo tempo o desejando mais e ser capaz de intensificar.

Por um momento me esqueço de tudo, o que é certo e errado, e apenas disfruto de seu beijo lento e apaixonado.

Zayn vai aproximando nossos corpos e eu posso sentir o calor que há entre nós, quando sua mão pousa em meu quadril por dentro de minha camisa meus pelos se eriça com o contato de seus dedos ásperos, e minhas mãos vão para seus cabelos negros e só quando ele está me deitando na cama que me toco do que estou fazendo, é como um choque de realidade.

Afasto-me instantaneamente dele o empurrando para longe de mim, eu estava totalmente confusa, porque eu não queria parar, mas devia. Os hormônios estão a agir por mim, a luxúria parecia tão atrativa nesse momento.

- O que foi ?

- Eu não posso.

- Não diz isso... Eu não estou mais com e nós dois podemos...

- Mas eu estou com Niall... Não podemos. – digo com pressa e ele logo se afasta e me olha abismado e chateado.

- Como? Você não pode, não gosta dele. É a mim que quer, sei disso.

- A realidade é que nunca poderá acontecer algo entre nós, mesmo não estando com você é ex dela e ela minha melhor amiga, isso é algo inaceitável entre amiga, como uma lei que não pode de forma alguma ser quebrada. Como se fosse uma falta de ética.  Como entre os garotos, normalmente é inaceitável que seu melhor amigo pegue sua irmã, e entre nós é inaceitável pegar atual e ex da amiga. Não sei onde estava com minha cabeça quando decidir vim aqui, só queria ajudar minha amiga e olha o que aconteceu? Eu a trair novamente.

- Você não pode ajuda-la, nem sempre as coisas vão acontecer como você quer. Mas nesse momento eu sei que você me quer e isso pode acontecer.

- Não Zayn, vamos nos afastar antes que comentamos um erro e nos arrependa.

- Já o comentemos, e não vou me arrepender e sei que no fundo você também não, mas vai se negar a isso.

- Tchau Zayn. – pego minha mochila e saio com pressas, ainda o ouvindo.

- Sei que ainda ficaremos juntos .

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