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domingo, 16 de novembro de 2014

Unfaithful - capítulo dezesseis


- Olha quem resolveu aparecer. – digo ao ver Emma adentrar o apartamento com o maior sorriso no mundo, logo sei o motivo. – Sexo?
Seu rosto ruboriza imediatamente e eu sorrio sabendo que estou certa e me questiono o que ela ainda faz nesse mundo, dessa forma nem parece que ela trabalha em um clube de prostituição.


- ... Ele é incrível. – ela suspira se jogando no outro sofá, seus cabelos castanhos estão presos de uma forma meio bagunçada, sua rouba totalmente amaçada, mas mesmo assim o sorriso brilha em seu rosto, da mesma forma que seu olhar apaixonado.
- Posso imaginar... Ele te propôs uma noite maravilhosa em? para voltar no outro dia e a essa hora. – olho a hora em meu celular constatando ser 15h.
- Foi que... Quando acordamos acabou rolando de novo e ainda almoçamos juntos, para depois rolar de novo e depois ficarmos de bobeira.
- E não cansa não? – digo um tanto risonha e ela esconde seu rosto com uma almofada.
- Claro que sim... Mas o desejo era maior e sempre queríamos mais.
- Emma... mas... ele não é casado? – minha pergunta soa baixa e cautelosa, pelo jeito que ela está sei que está ‘apaixonada’ e não quero que se machuque. Estamos no mesmo barco apaixonadas por homens casados, mas Emma é fraca para paixão, já eu sou forte e sei encarar isso sem me machucar.
- Bem... Ela o traio, e ele ainda a ama, estou ciente disso. Assim quando cheguei ao hotel conversamos bastante, estava até ficando frustrada achando que novamente não iria acontecer nada. Até que o clima rolou e eu tive a melhor noite da minha vida, pela primeira vez sentir prazer de verdade, mas doía profundamente sempre que ele me chamava pelo nome artístico. Ele se abriu comigo, falou sobre a sua vida, mas eu... Nem meu nome de verdade o posso dizer.
- Sinto muito... – sorrio para ela para tenta reconforta-la, mas ela apenas suspira e se levanta.
- Eu vou tomar um banho quente e acho... Tenho umas coisas para fazer da faculdade, e depois acho que vou descansar... Tem algo que queria me contar também?
- Hm... Não, nada de muito importante. – digo virando meu rosto e voltando minha atenção para o filme que passava a qual nem me lembrava qual era, em nenhum momento prestei atenção. – Depois conversamos.
 Tem certeza?
- Tenho sim Em, pode ir descansar.
Ela confirma com a cabeça para em seguida ir em direção aos quartos, eu me encolho no sofá coberta por uma manta quentinha, estava com sono, mas não conseguia dormir. Simplesmente não sei o que tem acontecido comigo, meus pensamentos estão sempre em Harry e isso está a me torturar.
Quero o esquecer e encarar isso entre nós com todo o profissionalismo, mas não consigo. Meu corpo clama pelo dele, eu poderia dizer que é apenas carnal, mas eu sei que não no momento em que penso em seus pequenos sorrisos imperceptíveis que me faz sorrir.
 Fico pensando se ele pensa em mim, a probabilidade é mínima e isso me chateia, queria que ele me olhasse com outros olhos a não ser apenas um corpo que lhe satisfaz. Não faço a mínima ideia de como posso estar me apaixonando, não sei nada sobre ele a não ser o que pesquisei no google, ele sempre me diz tão poucas palavras com aquele seu jeito frio e indiferente, mas mesmo assim ele não deixa a minha mente.
No tempo que eu fiquei na casa dele passava o dia entediada, ele iria trabalhar e voltava tarde e já ordenando o que queria e como queria, eu não me incomodava e até ficava feliz em ouvir sua voz mesmo que impondo ordens, pedindo que eu faça o que sua esposa não faz. Mas agora, pensando bem, isso dói um pouco, mesmo que eu soubesse desde  o inicio que era apenas isso, sexo – algo que amo -, no momento, com Harry Styles, para mim parece ser insuficiente e eu desejo que fosse eu a estar com ele agora cuidando dele, lhe dando toda a atenção e carinho que deve estar precisando.
Mas eu nunca vou ser mais de que um corpo o satisfazendo.
Hannah P.O.V.
Pego minha última mala e coloco no carro, um longo suspiro sai de mim e eu me viro olhando para a minha irmã, sorrio instantaneamente para a mesma e me aproximo lhe dando um longo abraço.
- Obrigada por me ter recebido e aturado nesses longos dias.
- Você é minha irmã Hannah, sempre que precisar estarei aqui para você, na verdade, estaremos. – sorrio olhando para ela com seu marido e sua filha ao lado, uma família perfeita que provavelmente eu nunca teria.
- Então, dependendo do que Harry me vai contar, eu posso voltar?
- Pensamentos positivos, sei que é incapaz de o deixar. – confirmo com um aceno de cabeça, ela estava certa. Não sou capaz de deixar aquele homem a qual toda a minha vida fui apaixonada.
- Eu amo vocês. – digo abraçando os três que sorriem para mim. – Tchau pequena, você ainda tem que passar uma tarde inteirinha comigo lá em casa.
Dou um beijo em minha sobrinha que sorrir confirmando com a cabeça. Logo em seguida eu já estou em meu carro dirigindo a caminho do hospital para pegar Harry, passaram-se dois dias e apenas agora que teve alta, e eu vou voltar para casa com ele.
Não faço a mínima ideia se estou preparada para isso, amo-o, amo-o muito, mas seu olhar de pavor sempre que toca no assunto de nossa conversa me dá medo por ver que ele tem medo de me perder, ele tem medo de que eu saiba a verdade. Penso se devo realmente saber isso, estávamos tão bem antes até eu estragar tudo e desconfiar de sua tamanha perfeição imperfeita.
Sempre lidei muito bem com nosso relacionamento, seu sempre fiz dar certo, mesmo com seu temperamento e mudança de humor, em um momento o Harry que me ama e da toda atenção, que me faz carinhos e sorrir de forma verdadeira e acolhedora, para no momento seguinte ser o Harry frio, que mal me olha nos olhos, que está sempre ocupado com o trabalho, e o pior de todos, o ciumento e possessivo.
Meu amor por ele fez com que isso desse certo, fez com que eu aceitasse e amasse suas imperfeições, porque apesar disso ele é perfeito para mim. E no fundo, Kylie não está certa, Harry não é perfeito de forma alguma. Ele não aceita que eu trabalhe, ele não aceita que tenhamos filhos... ele me priva de tantas coisas, ele praticamente me priva do mundo. Sei que suas palavras naquele momento me deixaram insegura, mas agora, eu vejo que já não faz mais sentindo e eu me sinto idiota por ter colocado uma mulher para o seduzir, mesmo que ele tenha demonstrado um pouco de interesse nela, ela me disse que nada aconteceu, sei que não devia ter confiado nela, mas é nele em que eu devo confiar e ele me jurou que nunca me trairia.
Chego ao hospital e desço apressada do carro, vou logo entrando e indo até a recepção, Srª Cross me recebe com atenção e carinho como sempre e diz que Derek me espera no refeitório do hospital, confirmo com a cabeça e agradeço o recado e sigo com meu caminho.
Derek provavelmente quer conversar sobre o caso de Harry, então apresso meus passos e vários pensamentos surgem em minha mente, será que aconteceu algo com ele? Espero que não.
- Hannah... – ouço sua voz calma e sinto sua mão em meu ombro que logo me faz com que vire meu corpo em sua direção, ele está com um sorriso meigo no rosto, como sempre. – Estava a sua espera.
- Sim, sei disso. O que gostaria?
- Aceita algo? – ele diz indicando as refeições, eu nego com a cabeça, tinha acabado de almoçar com minha irmã. – Então, vamos nos sentar.
Nos sentamos em uma das mesas e ele me olha com atenção enquanto ajeito meu cabelo, pondo uma mexa perdida atrás da orelha.
- Bem, aqui é o Derek seu amigo, não o médico, tudo bem? – confirmo brevemente. – Hannah... Tem algo acontecendo entre você e Harry? Desculpa se isso soa inconveniente de minha parte, mas venho notando a forma que estão agindo e não é o casal apaixonado que sempre vi. Você parece com medo de ter de cuidar dele sozinha, e não parece um medo de ter de cuidar dele, e sim de ficar com ele.
- Er... estamos meio brigados, dizem que mentiras é a pior coisa que se pode acontecer em um relacionamento para se manter estável, e eu descobrir que ele tem mentido para mim. – não consigo o encarar e passo a dar atenção ao esmalte gastos em minhas unhas. – Eu estava na casa de minha irmã esses dias, e agora vou voltar para nossa casa e cuidar dele, ele me prometeu que vai me falar toda a verdade, mas eu estou com medo do que possa ser essa verdade e que rumo nosso relacionamento pode tomar.
- Não fique assim. – ele toma a minha mão e acaricia, seu ato me faz erguer o rosto e olhar seus intensos olhos azuis acinzentados. – Vocês são o casal mais apaixonado que vi em toda a minha vida, não importa o que ele tenha a te contar, eu sei que o amor de vocês supera... Acho que isso soou meio gay, mas eu não gosto de te ver triste.
- Obrigada Derek... – afasto-me minha mão de seu toque, Harry não gostaria disse se visse. – Eu espero que esteja certo, e não foi gay, foi algo adorável a se dizer.
Ele sorrir de forma reconfortante e se levanta em seguida.
- Então, vamos ver seu marido? Tenho certeza que ele está ansioso para mim, ele tem me chateado muito para que o der alta. Ele odeia hospitais, ou odeia-me?
- Acho que os dois. – acabamos por rir, ele sabe que é verdade, Harry não o suporta e deixa bem obvio isso.
Passamos a caminhar em direção ao elevador para ir até a sala em que Harry se encontra, Derek já tinha dado alta e eu ainda teria que assinar uns papeis, mas o farei quando estivéssemos para sair. Nenhuma palavra mais foi dita, seguimos todo o percurso em silêncio e não era constrangedor, era até bom que ele não falasse nada porque eu estava pensando em suas palavras. Porque eu espero que independente do que Harry tenha a me contar, nosso amor seja forma para aguentar.
Quando entramos na sala de Harry o mesmo se encontra sentado e impaciente, sua respiração se encontra pesada ele sério demais com pensamentos longes e expressões ilegíveis, odeio quando está assim, isso não significa algo bom.
- Odeio quando me fazem esperar tanto. – são suas palavras assim que seu olhar está em nossa direção.
- Estamos aqui, ok?
- Porque demoraram?
- Nada Harry, não foi nada. – digo-o me aproximando dele, minha mão repousa em seu ombro e ele relaxa com o toque e olha para mim. – Está pronto?
- Estou, podemos ir?
- Já está ciente de todos os cuidados e medicamentos? – Derek me pergunta e confirmo com a cabeça. – ótimo, lembre-se de sempre trocar os curativos, não são muitos, ele não se machucou tanto. Volte daqui a uma semana para olharmos esse braço.
- Sim, eu o trago.
- Então, você só precisa assinar os papeis.

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