Unfaithful - capítulo quinze

Suspiro fundo e finalmente estou dentro do hospital, está uma loucura de jornalistas lá fora, as vezes me esqueço que Harry Styles é um homem importante. Mas o importante, é que dentro está tranquilo, tão tinha tantas pessoas e elas nem si quer notaram minha presença, afinal, porque notaria? Sou uma mulher comum, e eles tem coisas mais importantes para se preocupar do que me observar.

Caminho até a recepção, onde sou atendida por uma idosa com um sorriso educado que me faz sorrir de volta o retribuindo. Sei que corro o risco de Hannah me ver aqui e de Harry ficar chateado, mas eu preciso vê-lo ou ao menos saber como estar.

- Do que gostaria?

- Ola, hm... Gostaria de ver Harry Styles, por favor.

- O que a senhorita é dele e como se chama, por favor?

- Sou uma amiga. – digo insegura pondo uma mecha de meu cabelo atrás da orelha. – Rosie Clark.

Tive de mentir, Hannah não pode saber sobre a minha presença, e eu não poderia dizer a senhora que eu era amante de Styles.

- Desculpe-me, mas não o poderá ver, Srª Styles ordenou que apenas familiares o pudessem ver, ou quem estar anotado. Se quiser posso chama-la e avisar que o quer ver.

- Não, não... Não quero incomodar. Hannah deve estar muito preocupada, gostaria apenas de saber como ele estar.

- Srº Styles está estável, no bom sentindo.

- Tudo, obrigada.

- Não há de que. – ela esboça um sorriso que retribuo novamente. Olho a minha volta e vou até uma máquina de café onde pego um pouco para mim.

Precisava arrumar um jeito de vê-lo, esse hospital é enorme e posso demorar para o encontrar, mas tenho de o procurar.

A senhora que me recebeu está concentrada em uns papeis, os seguranças ocupados demais conversando na portaria, então caminho em direção aos corredores, ninguém notaria minha presença, se alguém perguntasse o que estou a fazer por aqui diria que visitando um familiar doente.

Sei que Harry brigara comigo por estar se arriscando em ser vista por sua esposa, mas eu preciso vê-lo, saber se realmente estar bem.

Vou até o elevador e vou ao primeiro andar, começo a procurar pelos quartos, são tantos, mas vou de porta em porta e olho para dentro pela pequena janela que há.

Até que eu ouço vozes, é a voz de Hannah e tenho de me esconder atrás de uma pilastra, não pensei que os encontraria tão rápido.

Observo ela, aparenta abalada e cansada, cabelos em um coque desgrenhado e usando moletom, toma seu café enquanto conversar com um médico, tento ouvir a conversa, mas não ouço nada. Eles passam um tempo conversando até que entram em um dos quartos, deduzo ser onde estar Harry então permaneço escondida a espera que saiam para que eu possa entrar.

Fico imaginando a reação de Harry ao me ver, ele provavelmente vai gritar comigo, mas eu já estou envolvida emocionalmente demais para voltar atrás e não me preocupar.

Hannah P.O.V.

Conversa com o doutor Derek sobre o estado de Harry, ele me falava que Harry teve sorte de não se machucar tanto, fraturou apenas um braço que estar engessado. Derek falava que Harry precisara de atenção e cuidados durante alguns dias, o que me faz pensar que terei de voltar para casa, e não é que eu não queria, eu realmente quero isso e quero cuidar dele, mas não sei se é o certo.

Estava feliz Harry foi atendido por Derek, o mesmo estudou com minha irmã e se tornou um excelente médico, assim como ela, e ele é um grande amigo de minha família, sei que Harry não gosta muito dele, o mesmo sente ciúmes.

- Vamos falar com Harry? – confirmo com a cabeça e no momento seguinte Derek abre a porta do quarto de Harry, o mesmo instantaneamente vira o rosto e olha em nossa direção, olhando de mim á Derek de forma irritada.

Sorrio brevemente para Harry e me aproximo do mesmo o dando um beijo na testa, era a primeira vez que ele me via, apesar de estar aqui desde cedo, ele estava dormindo descansando de tudo o que aconteceu e não quis acorda-lo.

- Você é realmente forte e de muita sorte. – Derek se aproxima dele e pega um tablet olhando o caso estável de Harry. – Se continuar assim, posso te dar alta amanhã mesmo.

- Quero sair daqui agora. – ele fala com dentes trincado e eu levo minha mãe a até a sua, apertando de leve como forma de o repreender, e seu ombro relaxa com meu toque.

- Calma Harry, você sofreu um acidente de carro, não é assim tão fácil. Teve sorte de apenas ter uma lesão no braço, não poderá o movimentar muito e por isso estar engessado. Precisará de alguns cuidados e atenção, mas nada que Hannah não possa cuidar.

- Não seria melhor uma enfermeira? – questiono e dessa vez é Harry que aperta minha mão e me olha em desaprovação.

- Se você achar melhor, mas realmente não há nada muito difícil que não possa fazer. E tem a sua irmã que pode lhe ajudar ou qualquer coisa você pode me ligar. – confirmo com a cabeça enquanto Harry encara Derek desaprovando o comentário, mas não comenta nada a respeito, o agradeço mentalmente por isso. – Os deixarei ações, precisam de um tempo para si.

Não, na verdade não precisamos. Era o que eu queria dizer, não sei se estou pronta para ficar ações com Harry depois dessa semana difícil sem ele.

Afasto-me dele e fico a sua frente, seus ombros relaxam e ele tenta se acomodar na cama, vejo que sente dificuldade com o braço engessado e me aproximo dele novamente ajeitando seu travesseiro.

- Eu senti a sua falta... – sua voz soa mais rouca que o costume e tão baixa, que sua confissão me atinge de forma mais intensa.

- Isso tudo foi sua escolha, eu apenas te pedir a verdade Harry.

- Eu... Eu sou o culpado. – ele respira fundo e abaixa a cabeça antes de prosseguir. – Mas se eu te disser a verdade te perco de vez.

- Será Harry? Talvez não, mas de qualquer forma você estar me perdendo.

- Eu não quero te perder. – ele funga e percebo que estar chorando, isso me chocada, eu o conheço a tanto tempo e posso contar em apenas uma mão quantas vezes o vi chorar. – Sou um idiota. Como qualquer verdadeiro amor, ele te leva a loucura, e eu estou ficando louco por não te ter por perto. Eu preciso tanto de você, eu não sabia disso até essa semana. E eu não fui atrás de você porque pensei que estivesse blefando e que a qualquer momento voltaria para casa, para meus braços, mas isso não aconteceu. E eu sentir a dor que é de não te ter. então... Por favor, volta para nossa casa, volta para mim. Eu te prometo qualquer coisa, eu te conto o que precisa saber.

- Vamos com calma. – não sabia o que lhe dizer, estava abismada com o quanto eu o machuquei por ter ido embora. Deixa-me até mal pensar que eu duvidei da fidelidade desse homem.  Aproximo-me dele e o observo, estava tão feliz que ele se rendeu e disse que vai me contar a verdade.  – Quando você sair daqui vamos os dois para casa, eu vou cuidar de você e depois nos resolvemos.

- Você vai se divorciar?

- Tudo depende do que vai me contar. – o olhar de pavor que tomou conta dele me fez perceber que realmente não é algo bom. – Mas eu te amo tanto que duvido ter coragem de te deixar.

- Você me deixou por esses dias.

- E sofri horrores com isso. Não sei se sou capaz de te deixar definitivamente.

- Nanny... – ele me chama pelo apelido que me dera na infância. – Beija-me, por favor.

Nunca tinha visto o Harry de forma tão frágil, a forma que ele estar a agir e as escolhas de palavras demonstram o quão abalado ele estar. Ele é sempre tão frio e ignorante que isso não é algo que eu esperava ver um dia.

Então me aproximo um pouco mais e lhe dou um beijo na bochecha e ele fecha os olhos.

- Não é ai que eu esperava o beijo.

- Tudo bem... – deixo um sorriso escapar e me aproximo novamente finalmente selando seus lábios depois do que pareceu décadas que o ultimo tinha acontecido. E o beijo era mais sequencias de selinhos delicados, mas que da mesma forma me deixa boba por tanto ama-lo. – Agora descanse.

- Não quero... Agente poderia transar aqui, o que acha?

- HARRY! – estava mais que surpresa com suas palavras, e constrangida. A pouco tempo estávamos brigados, e só porque o disse que voltaria para casa, faríamos isso aqui, principalmente aqui. – Não é lugar nem momento para isso... Ainda estou decepcionada com você.

- Tudo bem. – ele sorrir brevemente, mas o suficiente para aparecer a covinha. – Acho que realmente vou descansar, sinto dores em tudo que é lugar.

- Ver se toma cuidado da próxima vez que for dirigir.

- É só você não fugir de mim que não será preciso eu correr para ir atrás. – após suas palavras ele fecha os olhos e vira o rosto. Não sabia que no momento do acidente ele estava indo atrás de mim, mas me mantenho calada, ele é fácil para dormir e em poucos minutos sua respiração estar calma e ele dorme como um anjo.

Sorrio e decido sair do quarto para o deixar descansar mais, antes disso jogo meu café na lixeira, ele já tinha acabado e o tinha deixado na mesinha ao lado da maca.

Saindo de lá fui para a lanchonete do hospital, precisava fazer umas ligações para a mãe de Harry e a tranquilizar, e lá acabado encontrando minha irmã e Derek e comemos enquanto conversamos após eu terminar as ligações.

P.O.V.

Hannah sai do quarto com um enorme sorriso nos lábios e eu gradeço por finalmente ela ter saído. Quando a vejo entrar no elevador saio e vou até o quarto que ela acabou de sair, e sorrio ao ver Harry, o mesmo se encontra sereno e dormindo tão tranquilamente. Aproximo-me e me sento na maca ao seu lado e seguro sua mão.

Ele parecia um anjo assim, apesar de já ter dormido com ele nunca o vi dormindo, eu sempre durmo primeiro que ele e ele sempre acorda primeiro que eu, sem falar que dormimos em quartos separados.

Era novo para mim o ver com feições tão tranquilas, me fazia suspirar, na maior parte do tempo que estamos juntos ele não fala muito e é bem frio, nunca responde as minhas perguntas, afinal a única coisa que ele quer comigo é satisfação, é sexo, e isso eu o dou com maior prazer.

Mesmo que ele traia Hannah eu posso perceber o quanto ele a ama, queria que ele me amasse assim. Odeio-me tanto por te me envolvido emocionalmente com esse homem, em um curto tempo e sem motivos para tal, mas eu já sinto que sou incapaz de voltar atrás. E assumo que é impossível não se apaixonar por ele, mesmo com seu jeito frio e fechado de ser, mesmo ele nunca olhando em meus olhos, eu olho nos deles e vejo o intenso verde. Queria poder conter esse sentimento que está crescendo, posso imaginar Emma a brigar comigo quando lhe contar e ele a terminar comigo quando descobrir, e de forma alguma eu quero isso. Eu preciso desse homem, e se é apenas sexo que ele quer comigo, é o que ele terá, porque eu vou aproveitar o máximo o pouco que eu tenho dele. 

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